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quarta-feira, 7 de abril de 2010

ESCOLHA DA RAÇA IDEAL


Vários são os fatores que devem ser levados em consideração para a escolha do cãozinho ideal para cada pessoa ou família. Querer ter um animal de estimação envolve também um comprometimento com este animal por muitos anos.
Existem muitas raças de cães com características diferentes de pelagens, temperamento, aptidões, tamanho, etc. cada uma dessas características implica em diferenças nos cuidados, necessidades específicas, e no tipo de convivência que se pode ter com o cão.

Podemos considerar como os principais fatores que devem ser levados em consideração na escolha de uma raça os seguintes:

• Espaço disponível ou disponibilidade de sair com o cão:

Cães de pequeno porte adaptam-se mais facilmente a ambientes com pouco espaço, já os cães de grande porte necessitam de um espaço maior para que possam se movimentar e se exercitar. Nada impede, entretanto, que um cão de grande porte seja criado em um ambiente não muito espaçoso, desde que exista alguém com disponibilidade de leva-lo para passear com freqüência.

• Que papel espera-se que o cão desempenhe na casa?

É importante que seja definido o que se espera do mais novo habitante da casa no momento da escolha da raça. As diferentes raças possuem aptidões específicas de acordo com seus temperamentos. Não se pode exigir que um cão de companhia defenda a casa que a mesma competência que um cão com características para guarda. Para que não ocorram possíveis decepções com o comportamento do cão, este aspecto deve ser bem definido.

• Tempo disponível para se dedicar ao cão:

Existem algumas raças de cães que requerem mais cuidados e, portanto, tempo para se dedicar a elas do que outras. São raças de pelagens longas, que necessitam ser escovadas todos os dias, muitas vezes tendo que ser tosadas regularmente e que também darão mais trabalho nos banhos. Estas raças também terão uma troca de pêlos mais acentuada, o que pose ser crítico, principalmente se houver uma pessoa alérgica na casa. Existem também raças que necessitam de mais carinho e atenção de seus donos do que outras por possuírem uma personalidade mais dependente. Neste aspecto também deve ser considerado o tempo que o animal terá que ficar sozinho.

• Temperamento do cão:

Este é um dos aspectos mais importantes a serem considerados na escolha do cão. Dele dependerá a adaptação do animal à sua nova família e vice-versa. Para definir o temperamento do cão deve-se avaliar se ele irá conviver com crianças ou pessoas idosas; se ficará muito tempo sozinho ou não, se irá conviver com outro cão ou outros animais, etc.

Se o cão for para uma pessoa especificamente, o ideal é que seu temperamento seja parecido com o de seu dono. Um cão muito agitado talvez não seja um bom companheiro para uma pessoa de hábitos mais tranqüilos.
Deve-se considerar também as diferenças de temperamento e comportamento próprios de machos e fêmeas. Ambos possuem suas vantagens e desvantagens que devem ser avaliadas pelo futuro proprietário do cão.


O número de opções de raças de cães é muito grande, por isso, todos os detalhes devem estar bem definidos antes de adotar um filhote. É importante que a escolha seja feita de maneira prática e racional e não leve em conta apenas a estética do cão ou o modismo das raças. Procurar conhecer bem a raça do cão que se pretende adotar, ler sobre seu temperamento, o tamanho que atinge quando adulto, suas aptidões, cuidados de que necessita e informar-se junto a médicos veterinários, adestradores e criadores assegurará que a escolha seja bem feita e que o cão receba tudo o que precisa para viver bem e feliz sem tornar-se um fardo a ser carregado.

domingo, 4 de abril de 2010

ATAQUE DE CÃES



Grande parte da população fica
chocada ao tomar conhecimento
dos ataques de cães divulgados
pela mídia e passa a exigir
medidas dos governantes para
prevenir tais atrocidades e punir
os responsáveis. Muitos desses
casos resultam em ferimentos
graves ou na morte de pessoas
que simplesmente andavam pela
rua.
Mas afinal, quem são os
responsáveis? É gente que
maltrata seus cães, os quais
passam a atacar? São raças
agressivas que não deveriam
existir? Ou são criadores que
vendem um cão de guarda para
quem não tem habilidade para
educá-lo corretamente? Vários
“ culpados” já foram nomeados.
Até os adestradores não
escaparam.
Se um projeto de lei é feito após
a divulgação de alguns acidentes
envolvendo determinada raça de
cão, esta, quase que com certeza,
estará na lista das raças que
deverão ser exterminadas.
A busca por um culpado, sem
antes fazer uma análise
detalhada do problema e dos
dados, acaba gerando soluções
preconceituosas. Acalma-se a
população, mas o problema não
é resolvido de forma eficiente e
correta. Soluções
preconceituosas costumam ser
resultado de simplificação por
falta de conhecimento.
Nos casos dos acidentes com
cães, a questão é grave e
complexa. A maioria dos projetos
de lei apresentados possui
diversas falhas já comprovadas
em outros países e assinaladas
pela maioria dos especialistas em
comportamento. Os erros seriam
facilmente detectados e
corrigidos se houvesse o
envolvimento de um especialista
no assunto. Para exemplificar,
analiso no quadro a
problemática relativa à
exterminação de algumas raças
consideradas perigosas,
apontada por muitos como
solução para o problema.
Estamos repetindo o erro de
outros
Embora as dificuldades citadas
no quadro existam e já tenham
sido constatadas por
especialistas do mundo todo e
comprovadas por muitas
pessoas, grande parte dos
projetos de lei continua focando
o extermínio de raças como
solução simples para os ataques
de cães.
Os proprietários precisam ser
responsabilizados e educados
As condutas mais eficientes são
aquelas que visam a educar e
responsabilizar os proprietários
de cães, civilmente e
criminalmente. Em determinados
aspectos, poderíamos considerar
a posse de um cão de porte
médio ou grande como
equivalente à de um automóvel.
Para dirigir o veículo é
necessário ter condições físicas,
psíquicas e conhecimentos sobre
leis. Por isso, para obter carteira
de motorista é preciso estudar
os automóveis e adquirir
conhecimentos sobre eles.
Por que nenhum conhecimento é
exigido do futuro proprietário
de cão com potencial para matar
pessoas? Muita gente, ao
adquirir um cão, acha que basta
tratá-lo com amor e carinho para
ele não se tornar agressivo. E
fica surpresa quando ocorre o
primeiro acidente! Se um
motorista dirige de maneira
imprudente, pode ser multado
ou até perder o direito de dirigir.
É dessa maneira que acidentes
futuros são evitados.
Grande parte dos casos
envolvendo cães ocorre após
numerosas imprudências de
seus proprietários. Um dos
exemplos mais comuns é o do
cão que sai para a rua quando o
portão é aberto para o carro
passar. Mais cedo ou mais tarde,
um pedestre poderá ser atacado.
Imagine, também, o perigo de
deixar uma criança passear com
um Dogue Alemão agressivo!
Instituir uma carteira para o
dono de cão potencialmente
perigoso seria uma maneira de
educá-lo sobre suas
responsabilidades. Para obtê-la, a
pessoa deveria comprovar que
sabe agir prudentemente, de
modo a evitar que seu cão se
envolva em casos de agressão.
Problemática dos projetos de
extermínio de raças caninas
Nenhuma raça canina está livre
de ter entre seus elementos
alguns agressivos
A variabilidade de
comportamento é muito grande
em cada raça de cão, sendo que
existem indivíduos
extremamente mansos em raças
consideradas agressivas e
indivíduos extremamente
agressivos em raças
consideradas mansas. Se formos
eliminando as raças a partir de
alguns acidentes, com o tempo
todas as raças serão
exterminadas.
Em qualquer raça podem surgir,
em alguns anos, linhagens
agressivas
No prazo de poucas gerações dá
para tornar uma raça mais
agressiva. Basta selecionar
indivíduos um pouco mais
agressivos e acasalá-los. Se
existir demanda por cães
agressivos, de nada adiantará
proibir raças caninas apenas
com base na aparência.
Policiais terão dificuldade em
punir os infratores
Há variações sutis entre algumas
raças. Diante do policial, o
proprietário pode sempre alegar
que o cão dele é de outra raça.
Quantas pessoas saberiam
diferenciar um Pit Bull de um
Staffordshire? Os policiais
precisarão se tornar especialista
em raças caninas.
Surgirão novas raças formadas
pelo cruzamento entre
raças
A mistura entre cães ditos
perigosos não se enquadra
numa lei que especifica raças,
embora a periculosidade possa
ser a mesma.

ALIMENTAÇÃO DOS CÃES


A alimentação do seu animal é
muito importante, para que ele
tenha uma vida saudável.
Lembre-se de mudar a marca de
comida em cada quatro meses
(no máximo), para prevenir
defeciências causadas por estar
sempre a dar a mesma marca
(devido à alimentação dos
mesmos ingredientes).
Quando mudar de marca, ponha
apenas muito pouco na tigela, e
ponha bastante da marca antiga.
Todos os dias vá pondo mais da
marca nova e menos da marca
antiga, até que a marca nova
seja a única na alimentação do
seu cão. Quando trocar de marca,
note se existe alguma diferença
com o seu animal (mau estar,
comichão, diarreia, etc). Se isto
acontecer, mude de marca outra
vez, retirando por completo a
marca anterior, e faça a mesma
dieta, como se aquela marca
nunca tivesse existido. Se este
problema continuar, consulte o
seu veterinário.
Se o seu cão estiver numa dieta
rigorosa prescrita pelo
veterinário, lembre-se de ir a
uma consulta em cada seis
meses (no máximo), para que
este possa ver se está tudo bem,
se precisa de alterar alguma
coisa, etc.
É recomendado dar de comer ao
seu cão duas vezes por dia, em
vez de encher a taça para durar
o dia todo. Se o seu veterinário
mandar, até vai ter que encher a
taça mais que duas vezes,
devido a algum problema de
saúde.
Mesmo que o seu animal não
tenha problemas relacionados
com a alimentação, pergunte
sempre ao seu veterinário o que
é melhor para dar de comer,
quando for fazer um check-up.
Você também pode dar comida
de lata ao seu cão, o que também
tem as suas vantagens (limpa
melhor os dentes, bom para
mastigar, etc). Se o seu animal
tiver algum problema de dentes
ou mesmo de estômago, dê-lhe
comida de lata.
Pôr outros alimentos na tijela do
seu animal junto com a comida
de cão é também uma boa ideia.
Você pode por alguns vegetais
cozidos, pedaços de carne, tofu,
grão cozido, etc (é recomendado
sempre cozer estes alimentos
adicionais, para ser melhor
digerido). Pergunte ao seu
veterinário que tipo de extras
pode pôr na alimentação do seu
companheiro, e lembre-se para
não lhe alimentar em excesso.
Também existem livros e
websites que ensinam a
preparar / escolher melhor a
alimentação. Tente que pelo
menos uma refeição por semana
seja feita por si (ou alguem que

sábado, 3 de abril de 2010

O CÃO E O HOMEM



O lobo na origem do cão?
Os mais antigos esqueletos de cães
descobertos datam aproximadamente de 30
000 anos após o aparecimento do Homem
de Cro-Magnon (Homo sapiens sapiens). A
sua exumação foi sempre feita em
associação com restos de ossadas humanas,
razão que justifica a designação Canis
familiaris (-10 000 anos). Afigura-se lógico
pensar que o cão doméstico descenda de
um canídeo selvagem pré-existente. Entre
os potenciais antepassados figuram o lobo
(Canis lupus), o chacal (Canis aureus) e o
coiote (Canis latrans).
Aliás, foi na China que se descobriram os
vestígios mais antigos de cães, muito
embora nem o chacal nem o coiote tenham
sido identificados nessa região. Foi,
igualmente, na China que foi possível
autentificar as primeiras associações entre
o homem e uma variedade de lobo de
pequenas dimensões (Canis lupus variabilis)
com mais de 150 000 anos. A coexistência
destas duas espécies, num estádio precoce
de evolução, parece corroborar a teoria do
lobo como antepassado do cão.
Esta hipótese foi recentemente reforçada
por diversas descobertas, nomeadamente: o
aparecimento de determinadas raças de
cães nórdicos que descendem directamente
do lobo; o resultado da investigação
genética que procedeu à comparação do
ADN mitocondrial destas espécies, revelando
uma similaridade superior a 99,8% entre o
cão e o lobo, enquanto que ao nível do cão
e do coiote não ultrapassa os 96%; a
existência de mais de 45 subespécies de
lobos que poderiam estar na origem da
diversidade racial observada nos cães; a
semelhança e compreensão recíproca da
linguagem postural e vocal entre as duas
espécies.
Semelhanças entre o cão e o lobo: uma
análise difícil
As semelhanças entre cães e lobos
dificultam a tarefa dos paleozoólogos no
sentido de destrinçar, com rigor, os
vestígios de lobo e de cão sempre que estes
se apresentam incompletos, ou quando o
contexto arqueológico torna a coabitação
bastante improvável. Com efeito, o cão
primitivo só se diferencia do seu
antepassado em virtude de alguns detalhes
de reduzida fiabilidade, tais como o
comprimento do chanfro, o ângulo do
"stop" ou ainda a distância entre os dentes
carniceiros e os tubérculos superiores.
Para além disso, o número de canídeos
predadores foi certamente bastante inferior
ao das suas presas, facto que reduz ainda
mais as hipóteses de serem descobertos os
seus fósseis. Este conjunto de dificuldades,
às quais se acrescenta ainda uma eventual
hibridação cão-lobo, explica a razão de
ainda não ter sido possível decifrar
numerosos elos sobre as origens do cão,
nomeadamente as formas de transição
entre Canis lúpus variabilis e Canis familiaris
que um dia, possivelmente permitirão
encontrar uma resposta para a resolução
das diversas teorias.
Devemos observar, no entanto, que a teoria
"difusionista" que atribui às migrações
humanas a responsabilidade da adaptação
do cão primitivo, não exclui a teoria
"evolucionista" que sustenta que as
variedades de cães resultam dos diferentes
pólos de domesticação do lobo.
De acordo com pesquisas recentes,
americanas e suecas, o cão teria surgido na
Terra há, aproximadamente 135 000 anos,
ou seja, 100 000 anos antes da data
actualmente pressuposta. Com efeito, foram
encontradas em escavações arqueológicas
com mais de 100 000 anos restos de
canídeos com uma morfologia próxima à
do lobo misturados com ossadas humanas.
Áreas geográficas do
género canis e raposas
sul-americanas
Segundo Y.Lignereux e I.
Carrière : SFC 1994, La
Recherche 1996.
A batalha das teorias
Numerosas teorias com base em analogias
osteológicas e dentárias confrontaram-se
durante muito tempo no sentido de atribuir
apenas a uma destas espécies, o lobo, o
chacal ou o coiote, a qualidade de
antepassado do cão. Outros avançaram a
hipótese de que raças de cães tão
diferentes como o Chow-Chow ou o Galgo
poderiam descender de espécies diferentes
do mesmo género Canis.
Fiennes, em 1968, atribuía às 4 subespécies
distintas de lobos (lobo europeu, lobo
chinês, lobo indiano e lobo norte-
americano) a origem dos 4 grandes grupos
de raças caninas actuais.
Outros, enfim, avançaram a hipótese de
eventuais cruzamentos entre essas espécies
estarem na origem da espécie canina,
apresentando como argumentos a
fecundidade dos acasalamentos lobo-coiote,
lobo-chacal ou ainda chacal-coiote de que
poderiam resultar híbridos férteis, todos
com 39 pares de cromossomas. Esta última
teoria da hibridação afigura-se, agora,
invalidada em virtude do conhecimento
sobre as barreiras ecológicas que
separavam estas espécies à data de
aparecimento do cão e que tornavam
especialmente impossíveis os encontros
entre coiotes e chacais.
Os lobos, pelo seu lado, eram
omnipresentes, mas as diferenças em
termos de comportamento e de dimensões
relativamente às outras duas espécies
tornavam os cruzamentos inter-específicos
muitíssimo improváveis, facto que refuta,
entre outras, a hipótese que atribuía a
"paternidade" do cão a uma hibridação
entre o chacal (Canis aureus) e o lobo
cinzento (Canis lupus).

sexta-feira, 2 de abril de 2010

PAVLOV



No final do
século XIX e no
início do século
XX, um
fisiologista
russo chamado
Ivan Pavlov
(1849-1936),
ao estudar a
fisiologia do
sistema gastrointestinal, fez uma das
grandes descobertas científicas da
atualidade: o reflexo condicionado.
Foi uma das primeiras abordagens
realmente objetivas e científicas ao
estudo da aprendizagem,
principalmente porque forneceu um
modelo que podia ser verificado e
explorado de inúmeras maneiras,
usando a metodologia da fisiologia.
Pavlov inaugurava, assim, a psicologia
científica, acoplando-a à
neurofisiologia. Por seus trabalhos,
recebeu o prêmio Nobel concedido na
área de Medicina e Fisiologia em
1904.
Ilustração: Renato M. E. Sabbatini
A experiência clássica de Pavlov é aquela
do cão, a campainha e a salivação à vista
de um pedaço de carne. Sempre que
apresentamos ao cão um pedaço de carne,
a visão da carne e sua olfação provocam
salivação no animal. Se tocarmos uma
campainha, qual o efeito sobre o animal?
uma reação de orientação. Ele
simplesmente olha, vira a cabeça para ver
de onde vem aquele estímulo sonoro. Se
tocarmos a campainha e em seguida
mostrarmos a carne, dando-a ao cão, e
fizermos isso repetidamente, depois de
certo número de vezes o simples tocar da
campainha provoca salivação no animal,
preparando o seu aparelho digestivo para
receber a carne. A campainha torna-se um
sinal da carne que virá depois. Todo o
organismo do animal reage como se a
carne já estivesse presente, com salivação,
secreção digestiva, motricidade digestiva
etc. Um estímulo que nada tem a ver com
a alimentação, meramente sonoro, passa a
ser capaz de provocar modificações
digestivas.
Para que surja um reflexo
condicionado é preciso que existam
certas condições:
1. coexistência no tempo, várias vezes
repetida, entre o agente indiferente e
o estímulo incondicionado (no caso, o
som da campainha e a apresentação
da carne);
2. o agente indiferente deve preceder
em pouco tempo o estímulo
incondicionado. Se dermos a carne
primeiro e tocarmos a campainha
depois, a reação condicionada não se
estabelece;
3. inexistência naquele momento de
outros estímulos que possam
provocar inibição de causa externa.
Se simultaneamente damos uma
chicotada no animal ou lhe jogamos
água gelada, provocamos inibição,
desencadeando reação de defesa no
animal;
4. para que o reflexo condicionado se
mantenha, é necessário que
periodicamente o reforcemos. Uma
vez que o reflexo se formou, o mero
som da campainha substitui a
apresentação da carne. Mas, se
tocarmos repetidamente a
campainha e não mais
apresentarmos a carne, depois de um
certo número de vezes o animal deixa
de reagir com salivação e secreção
digestiva.
Como Funciona o Reflexo
Condicionado
Estímulo -------> Resposta
Estímulo Indiferente + Estímulo
Incondicionado (apresentação da carne)
---------> Resposta Incondicionada
Estímulo Indiferente --------> Resposta
Condicionada
.
Explicando melhor: um estímulo
indiferente, combinado com um
estímulo capaz de ativar um reflexo
incondicionado, gera uma resposta
incondicionada e, depois de algum
tempo, o estímulo indiferente, por si
só, é capaz de provocar resposta que
pode, então, ser considerada como
condicionada. Esses estímulos
indiferentes podem vir tanto do meio
externo (estímulos sonoros,
luminosos, olfativos, táteis, térmicos)
como do meio interno (vísceras,
ossos, articulações).
As respostas condicionadas podem
ser motoras, secretoras ou
neurovegetativas. Podem pois, ser
condicionadas reações voluntárias ou
reações vegetativas involuntárias.
Podemos fazer com que respostas
involuntárias apareçam de acordo
com a nossa vontade, se usarmos o
condicionamento adequado. As
respostas condicionadas podem ser
excitadoras (com aumento de função)
ou inibidoras (com diminuição de
função).
Existem diversos exemplos de como
se pode modificar, através do
condicionamento, a fisiologia do
animal e do ser humano. Citaremos
apenas alguns, para, a partir deles,
procurar compreender o que poderia
ocorrer no momento do efeito
placebo.
A Modificação da Fisiologia
Através do Condicionamento
Pavlov e seus seguidores logo
perceberam que o condicionamento
era muito poderoso no sentido de
alterar funções orgânicas. Diversos
experimentos comprovaram isso, e
abriram um enorme campo de
estudos, com muitas conseqüências
para a aplicação clínica em seres
humanos.
Por exemplo, coloca-se uma sonda
retal em um cão e faz-se um enema
salino (injeção de água salgada). A
presença daquele soluto dentro do
intestino provoca, ao fim de algum
tempo, aumento da diurese (excreção
renal de água) para restabelecer o
equilíbrio hidroeletrolítico. Depois de
algumas sessões de administração de
enema salino através da sonda retal,
a mera introdução da sonda retal,
sem enema, também provoca
aumento da diurese.
Da mesma maneira, se antes de
aplicar injeção de insulina em um cão,
faz-se com que ele ouça sempre um
assobio, a hipoglicemia que surge em
decorrência da ação da insulina
passará a surgir, depois de algum
tempo, pela simples audição do
assobio. O metabolismo do animal
alterou-se, passando a responder com
hipoglicemia a um estímulo sonoro
que nada tem a ver, em condições
normais, com o metabolismo dos
glicídios.
O Sistema Nervoso Central e os
Reflexos Conditionados
Finalmente, através do que ficou
conhecido como a "Teoria Pavloviana
da Atividade Nervosa Superior",
Pavlov e seus discípulos foram os
primeiros pesquisadores a integrar os
estudos da psicologia do aprendizado
com a análise experimental da função
cerebral. Eles mostraram que os
reflexos condicionados se originam
no córtex cerebral, o qual, segundo as
palavras de Pavlov, "é o distribuidor
primário e organizador de toda as
atividades do organismo". Ao longo
de vários anos, ele e seus discípulos
chegaram às leis básicas que
governam a operação do córtex
cerebral no aprendizado
condicionado.